terça-feira, 13 de novembro de 2012


A arte imita a vida. O diretor Eliézer Rolim leva aos palcos do Theatro Santa Roza uma trágica história que aconteceu no próprio teatro. Há 112 anos o mágico John Balabrega e seu assistente Lui Bartelle morriam no palco em consequência de uma explosão com um projetor movido a querosene.
Do horror que se espalhou pela praça Pedro Américo, restou apenas o fato histórico no livro Santa Roza 120 anos, de Fátima Araújo e que agora vai à cena nesta montagem de Eliézer que assina o texto e a direção do espetáculo da Cia Siríus de Teatro, sob o nome Efemérico, com estréia nesta quarta-feira (14), às 20h, no mesmo local em que ocorreu a tragédia. O espetáculo fica em cartaz no Theatro Santo Roza até o dia 18 de novembro (domingo).
O texto Efemérico foi escrito quando Eliézer estava na França distante de seu grupo de teatro. Nele, o autor tenta traduzir a sensação de perda, morte e saudade de coisas passadas numa tentativa de valorizar as coisas verdadeiras como o presente, o sentimento do afeto e das amizades sinceras. Para isso se apóia numa narrativa fragmentada, descontínua. Sem um sentido aparente com cenas fragmentadas que ocorrem numa estação chuvosa no interior de um teatro quase abandonado permeado por fantasmas.
Tomando como personagem central o Jorge Nathan como aquele que sonha e não sabe exatamente o que é nem para onde vai, constrói um herói contemporâneo, uma alma perdida que se debate entre o delírio e o pesadelo de seus próprios fantasmas, compondo com seus pensamentos e ações um texto pós-dramático em que a descontinuidade, repetição e a fragmentação são partes integrantes da narrativa.
Efemérico é um texto metateatral tendo como pano de fundo a morte trágica do mágico Jau Balabrega e seu assistente no inicio do século XX, o texto se debruça sobre o tema do teatro, o ato de representar, o abandono do Teatro Santa Roza e principalmente coloca o próprio ato da existência humana como um representação metafísica teatral.
O espetáculo EFEMÉRICO
Aqui, o tempo é o dos sonhos. A eterna bruma entre o consciente e inconsciente. Um lugar outro, uma dimensão fora do habitual onde tudo acontece muito rápido e nebuloso. O espetáculo trabalha com o imaginário da morte e da transcendência das coisas impermanentes como a vida, a bolha de sabão, o ato de viajar e os acontecimentos inesperados.
Partindo de coisas reais como o Teatro Santa Roza e seu abandono, o espetáculo faz uma homenagem a dois antigos funcionários do teatro, Waldemar Dornelas e a camareira Celina como os únicos personagens vivos e através deles se desenvolve uma narrativa descontínua e fragmentada como um caleidoscópio imagético.
Sinopse:
Jorge Nathan foi ator na sua juventude e um dia andando pelo centro da cidade de João Pessoa entra no Teatro Santa Roza escapando de uma forte chuva. Ao entrar encontra dois funcionários que o avisam que o teatro está fechado para reforma.
Nathan consegue convencê-los a visitar e se perde entre as cochias, entrando em outra dimensão onde o sonho, a vida e a morte se encontram num mesmo palco com fantasmas, marionetes  e lembranças,  compondo  um tempo distante e histórico do ano de 1900, quando o mágico Jau Balabrega e seu assistente Lui Bartelle tiveram seus corpos estraçalhados por uma explosão no palco do Santa Roza.

SERVIÇO: Temporada Efemérico
Onde: Theatro Santa Roza
Quando: de quarta a domingo (14 a 18 de novembro de 2012)
Hora: 20h
Quanto: R$ 10,00 e R$ 20,00
Duração: 55 minutos
Classificação indicativa: 16 anos

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