segunda-feira, 14 de novembro de 2011



Em seu trabalho, a mineira procura não apenas registrar, mas captar e mostrar a alma do que já deixou de ser. “A transposição de uma vida, passagem de algo a outro lugar, o registro de si mesmo passado a uma superfície e deixando o seu próprio registro como marca da própria vida”, relata o texto de apresentação da exposição assinado pela artista.

Em texto em que também apresenta a autora e a obra, a professora e mestre em artes visuais da Escola de Artes da Universidade Federal de Minas Gerais, Sonia Assis, analisa: “Scheilla é mineira de jeito simples, é pessoa/coração, é sorriso que cativa, é pura poesia. É artista que busca em camadas submersas e reconhece momento de espera: solidão em espaços outros. Desertos místicos a sugerir austeridade, sensualidade a manifestar carnalidade. Repetições constroem a métrica de uma mostra com infinitas possibilidades”.

O que ver – Como parte da mostra, o público vai se deparar com uma mesa disposta expondo objetos de valor pessoal que a artista enumera como desenhos feitos em momentos de intimidade, espontâneos feitos em qualquer lugar e em qualquer momento, pinturas de viagens. Há, ainda, mecha de seu próprio cabelo, cadernos ou diários da artista, relatos, poemas, frases, desabafos.

Em autodefinição, a artista faz poesia e paradoxo: “Eu sou o meu trabalho, minhas vivencias, minha insegurança, meus medos, minhas fragilidades, minhas várias mortes, minha última morte. Minha delicadeza e grosseria, os que estão ao meu redor e os que já não estão mais. Meus fios de cabelo. O que vejo e o que não vejo o que sinto e o que acho que sinto, mas já não sinto mais. Todas as verdades que tinha, mas que deixaram de ser, se tornando ilusões ou mais absolutas”. Scheilla diz trabalhar com o que pode oferecer de si mesma.

Ao transpor para o papel a essência das flores mortas, a artista plástica tenta expressar a transposição de uma vida. “As flores brotam em outra superfície promovendo a alteração de um estado aprisionado da espera”, diz.



Serviço

Exposição

Abertura: 10/11, às 20h
Período de visitação: 11 a 30/11
Horário: Diariamente, das 8h às 18h
Local: Galeria Archidy Picado – Espaço Cultural (Rua Abdias Gomes de Almeida, 800 - João Pessoa)
Bate-papo
Data: 11/11
Hora: 14h
Local: Galeria Archidy Picado

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